Uma luta histórica, a busca das
mulheres pelo acesso a direitos civis, condições igualitárias de trabalho e
representatividade política permanece sendo uma pauta atual. Definido como o
Dia Internacional da Igualdade Feminina, 26 de agosto é uma data que reforça a
necessidade de debate e de ações efetivas para o alcance da equidade nas mais diferentes
esferas da sociedade. Um dos âmbitos em que há maiores desigualdades de gênero,
o mercado de trabalho ainda reflete a tardia inserção feminina. No Brasil,
apenas há 58 anos as mulheres conquistaram o pleno direito, perante as leis
brasileiras, de exercer uma profissão. A vitória, em 1962, ocorreu com a
revogação do inciso VII do Artigo 242 do Código Civil brasileiro de 1916 – em
que o trabalho feminino estava sujeito à autorização do marido. “Estudos
apontam que apesar das conquistas observadas nas últimas décadas, tanto em
termos de direitos políticos quanto da crescente participação das mulheres no
mercado de trabalho, desigualdades de gênero ainda persistem em vários aspectos
da vida social, sendo o econômico talvez um dos mais visíveis. Dentro desse
contexto, estão fenômenos como as diferenças salariais entre homens e mulheres
que desempenham as mesmas funções; a segregação sexual no mercado de trabalho;
a inserção feminina em empregos mais precários; bem como a sobrecarga nos
trabalhos domésticos”, destaca a professora Patrícia Grossi, docente da Escola
de Humanidades e pesquisadora na área de violência de gênero e políticas
públicas.